segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Cinema

O filho da mãe

Presidente Lula não protagonizará filme milionário sobre sua trajetória

Por Juliana Bacci

 

Questionar os cofres de onde Lula tirou 16 milhões de reais para produzir um filme sobre a sua trajetória, não vem ao caso desta vez. Neste texto, o importante é registrar a trama de Luiz Inácio da Silva, o metalúrgico pouco instruído que, após tornar-se o presidente mais popular do Brasil, acaba de inaugurar um novo gênero na sétima arte do país: o cinema eleitoral. Mas, engana-se quem pensa que a história estará engessada nos grandes feitos do político. Luiz Carlos Barreto e seu filho Fábio, produtores do longa, desejam mostrar que provém da falecida “dona” Lindu a força e os fundamentos socialistas do líder sindical. Enfim, neste contexto, me perdoem a expressão, Lula será um grande “filho da mãe”.

 

Por conta disso, a atriz Glória Pires, que interpreta a heroína Lindu, brilhará nas telonas brasileiras a partir do dia 1º de janeiro de 2010, data que marca o início da contagem regressiva para o “check out” de Lula como hóspede na suíte presidencial do Palácio da Alvorada, em Brasília. A mulher corajosa e determinada que abandonou o Nordeste em um pau-de-arara buscando melhores condições de vida, deve acobertar com muita emoção os bastidores das greves do PT, as divergências sindicais e inúmeras polêmicas da política que, simplesmente, foram deletadas do roteiro encomendado para fazer o público chorar. Enquanto milhares de lencinhos de papél serão consumidos nas sessões, os patrocinadores do espetáculo deverão celebrar o sucesso comercial que “Lula, o filho do Brasil” renderá.

 

Dizem por aí que esta novidade cinematográfica visa abocanhar votos para eleger Dilma Rouseff, ministra da Casa Civil, a primeira presidentA do Brasil. Muito estranho. Se fosse para o filme garantir o bom resultado eleitoral de algum candidato à chefia brasileira, mesmo já em outro plano, a senhora Lindu teria que adotar de vez o seu netinho “Bolsa Família”. Bom, carisma sabemos que não falta na família Lula. Por isso, acredito sim que este filme possa bater recordes de bilheteria. Se o nosso querido “companheiro” convenceu a “gringaiada” a fazer uma Olimpíada na Cidade Maravilhosa (e super segura), não poderá também arrastar multidões às salas de cinema? Eu vou garantir o meu ingresso. Nem que seja para gastar uma caixa de lenços de tanto dar risada!

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