Haja Vista.

Uma pressão na cabeça, leve zonzeira, os olhos marejados apressados para consumir cada letra o mais rápido possível; de repente, uma bola se forma no centro do estomago e sobre até a garganta, parando ali durante vários segundos dificultando a respiração, depois a bola desce para o estomago, vai e vem várias vezes causando enjôo...

Isto foi o que senti enquanto lia os dois últimos capítulos do livro “O menino de pijama listrado” de John Boyne. O mais impressionante, é que após 40 minutos do termino da leitura, ainda me sinto assim; as lágrimas não param de vir aos olhos involuntariamente, minhas mãos tremem enquanto eu escrevo, meu pão de batata de catupiry está esfriando, assim como meu cappuccino. Já li livros que me fizeram chorar várias vezes, que me causaram espanto, surpresas e me deixaram sem reação no fim, mas nunca senti nada como sinto agora. As duas pessoas que leram este exemplar antes de mim sentiram o mesmo e por vários dias.

O autor conta a história de um menino de nove anos que, depois de ter que mudar de casa, chega a uma cerca, (“Cercas como essa existem no mundo todo. Esperamos que você nunca se depare com uma delas.”, está escrito no texto de orelha.) e conhece outro menino de nove anos. Acho que o que mais choca, é a maneira como o autor escreve, a simplicidade com que a história é contada: como se fosse um menino de nove anos!

Um livro curto, fácil de ler que nos deixa atônitos a cada pagina.